Quem poderia imaginar que a derrota para o Bahia por 5x0, na Fonte Nova, do Brasileiro de 81 e que custou a eliminação do Santa, traria algo de bom? O goleiro desse jogo foi o experiente Wendell. Após essa fatídica partida em abril, sua permanência estava próxima do fim. Neste interem, o Guarani, de Campinas, propôs a troca de Birigüi, goleiro do clube campineiro, por Wendell. Começava ali, pouco depois da vergonhosa eliminação de 81, uma história de amor entre o ídolo e a massa coral.
Logo ao chegar no Recife, Birigüi teve de enfrentar uma feroz concorrência pela camisa 1 com Luís Neto. Essa disputa se notabilizaria como uma das melhores e mais leais, até hoje lembrada. Ao contrário do aconselhável, a constante troca não influenciava no rendimento deles, pois quando um se contundia, o outro não largava a posição. A idolatria dos tricolores era tanta, que, em época de renovação de contrato, a torcida pressionava a diretoria para que os dois ficassem no clube. Dessa forma, Birigüi e Luís Neto se revezaram na posição durante quase dez anos.
O primeiro título vestindo o manto coral veio em 83, o tri-super. Mas, nesse campeonato, Luís Neto era o dono da camisa 1. Inclusive consagrando-se como herói do título com a defesa de um pênalti na dramática decisão contra o Náutico. Birigüi se consolidou no time titular, se é que é possível dizer isso, a partir de 85. Os milagres viriam a acontecer no bicampeonato (86/87).
O primeiro título vestindo o manto coral veio em 83, o tri-super. Mas, nesse campeonato, Luís Neto era o dono da camisa 1. Inclusive consagrando-se como herói do título com a defesa de um pênalti na dramática decisão contra o Náutico. Birigüi se consolidou no time titular, se é que é possível dizer isso, a partir de 85. Os milagres viriam a acontecer no bicampeonato (86/87).

No campeonato de 86, o Santa havia ganhado o 1° Turno, perdido o 2° para o Sport numa goleada de 5x0, que culminou na demissão de Waldemar Carabina (Moisés o substituiu) e decidiu o 3° contra o Central, em Caruaru. O jogo terminou 1x1, e, na decisão por pênaltis, Birigüi pegou o chute de Jorge Vinícius, dando a vantagem para o tricolor na final. A decisão foi em jogo único, na Ilha do Retiro. O Sport tinha Henágio e Luís Carlos, que, no fim das contas, era pouco para atravessar a muralha chamada Birigüi. Ele segurou o 0x0, numa Ilha invadida pelos tricolores. De acordo com Chico Carlos, jornalista do jornal Tablóide Esportivo, “o jogo foi dramático e emocionante, com um herói contagiando todos. Seu nome: Birigüi. Ele foi um caso à parte. Os adjetivos para sua exibição não caberiam neste comentário”. Nesse campeonato, ele foi titular em 16 partidas (Luís Neto nas outras 13).

No ano seguinte, novamente o Sport, jogando em casa, não conseguiu bater o Santa de Birigüi. O rubro-negro possuía um time melhor no papel com Éder, Robertinho, Ribamar e Leão (técnico e goleiro), embora o Santa tivesse faturado dois turnos e chegava com a vantagem do empate. O tricolor era comandado pelo jovem Abel Braga, 34 anos na época, que viria a conquistar seu primeiro título como treinador naquele ano. De novo o goleiro do Santinha foi peça-chave para conseguir o empate (1x1) e consequentemente o bicampeonato. A imprensa o destacou também por ser um dos mais alegres pela conquista, dedicando o título à torcida. Àquela altura, a Seleção Brasileira era uma pretensão – que acabou não se concretizando.

"O Sport procurou forçar sempre pelos flancos e esteve presente à área tricolor, mas teve no goleiro Birigüi o grande obstáculo que impediu que chegasse à tão almejada vitória. Com defesas sensacionais, que naturalmente vão colocá-lo na galeria dos grandes jogadores que fazem a história do clube, Birigüi garantiu o resultado de 0x0 que deu o título de campeão ao Santa Cruz."
Trecho do texto de Claudimir Gomes, em 86, no Diario de Pernambuco.
Agradecimentos especiais pela colaboração de Edvaldo Leite, tricolor de Paulista-PE.
Fontes: História do Brasileirão (de 1971 a 2001) da Placar; Revista Placar, Diário de Pernambuco, Tablóide Esportivo, Campeonato Pernambucano – 1971 a 2000 (Carlos Celso Cordeiro e Luciano Guedes Cordeiro), Coralnet, site Arquivos de Jogos e Fichas técnicas do Guarani (http://paginas.terra.com.br/esporte/guarani/) e site Futebol MatoGrossense(http://www.futebolmatogrossense.com.br/home/)
3 comentários:
Alô, Marcos
Aqui é Zé Neves, www.arquibancada.blog.br. Só agora estou conhecendo o seu blog, através do google, porque estava tentando obter alguma texto com a história de Mazinho, O Deus de Ébano. É o seguinte, gostaria de trocar links com você e vez por outra aproveitar algum texto histórico deste blog. E também te dou uma sugestão. No ano passado, acho que foi 3 ou 10 de setembro, publiquei no Jornal do Commercio, onde trabalhava, um perfil de Zequinha, bicampeão mundial em 62. Se você procurar no arquivo público, deve encontrar. E se quiser postar no seu blog, fique à vontade.
Parabéns pelo blog.
Meus e-mails - jncabral@bol.com.br e jncabral@arquibancada.blog.br
Decosbri este blog por acaso, mas fiquei encantado com a iniciativa. Parabéns ao projeto e a todos os idealizadores e colaboradores.
Clayton Tricolor
Carpina
Mas que um clube de futebol uma extensão do meu ser Santa querido Santa
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