segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

O Campeão Mundial - parte 1

Foto: Diario da Noite
ZEQUINHA
José Ferreira Franco

18/11/1934, Recife (PE)

Posição: Volante


Clubes: Auto Esporte (time extinto, do Recife) (1954), Santa Cruz (1954-58), Palmeiras (1958-65 e 1965-68), Fluminense (1965), Atlético-PR (1968-70), Náutico (1970) e Seleção Brasileira (1960-65).


Títulos: Torneio Pernambuco-Bahia (1956), Supercampeão Pernambucano (1957), Paulista (1959, 1963 e 1966), Taça Brasil (1960 e 1967), Taça do Atlântico (1960), Taça Oswaldo Cruz (1962), Copa do Mundo (1962), Copa Rocca (1963), Torneio Rio-São Paulo (1965) e Torneio Roberto Gomes Pedrosa - "Robertão" (1967).


Marcas: Atuou 17 vezes pela Seleção Brasileira - 14 vitórias, um empate e duas derrotas -, tendo marcado dois gols. Na Seleção Pernambucana, esteve presente no campeonato brasileiro-56, onde Pernambuco terminou na quarta colocação. Das 11 partidas, Zequinha participou de nove, fazendo um gol. Pelo Santa, ao longo de sua passagem, foram 16 gols.


Características: Volante habilidoso, bom na dividida, embora sempre leal. Aliava ótimo sentido de marcação e visão de jogo a uma pontaria certeira. Os chutes de longa distância eram sua principal característica.


Estréia pelo Santa:
11/07/1954
Cabo Branco - João Pessoa
Amistoso Interestadual
Botafogo-PB 2x1 Santa Cruz

Foto: Placar

Curiosidades:
#Durante o Campeonato Brasileiro-2006, no jogo entre Santa Cruz e Vasco, Zequinha, ao lado do ex-zagueiro Ricardo Rocha, recebeu da CBF a Comenda João Havelange, a carteirinha da entidade e uma camisa da Seleção padronizada com o nome e número do craque usada na Copa-62. Rodadas antes, na partida envolvendo Santa Cruz e São Paulo, Zequinha havia sido homenageado pela diretoria do clube, dando nome a uma alameda que fica no primeiro andar do Arruda, no acesso ao setor das cadeiras. Porém, hoje, a placa não está mais numa das alamedas. Ela foi danificada por vândalos e a diretoria resolveu retirá-la.

#Zequinha se casou com a irmã de um antigo companheiro de clube. Minuca, o cunhado do volante, era zagueiro e jogava no Santa quando foi indicado por Zequinha à direção Palmeirense.


Foto: Arquivo/JC

Hoje: Proprietário de uma casa lotérica, aposentado, morando, atualmente, em Olinda.

O Campeão Mundial - parte 2

Foto: site Milton Neves Copa-62 - Zequinha é o último da fileira de baixo e está ao lado de Garrincha e Pelé.


O primeiro jogador revelado nas divisões de base do Santa Cruz a se tornar campeão mundial, pela Seleção Brasileira, na Copa-62, no Chile. Dessa forma, Zequinha integra um seleto grupo de lendas (vivas) do Terror do Nordeste. Além dele, apenas os tricolores Ricardo Rocha, em 94, e Rivaldo, em 2002, defenderam uma Seleção campeã do mundo. Zequinha não chegou a entrar em campo, Zito era o titular, mas é um dos orgulhos da torcida Tricolor, não apenas por participar do grupo bicampeão mundial. O volante, que revolucionou a posição, pois, além de marcar, era técnico, hábil e chegava a frente com freqüência, também fez parte do primeiro Supercampeonato, em 57, uma das conquistas mais importantes do Mais Querido.


José Ferreira Franco, o Zequinha, crescia no bairro de Santo Amaro, onde batia suas "peladas" e defendia o combinado da vila. Na adolescência, jogava entre boleiros veteranos, entre eles Valdomiro Silva, então treinador das divisões de base do Santa. Daí, em 54, Valdô, como era chamado pelos tricolores, ao ver o garoto se destacando, levou-o para o Arruda. Mais tarde, Oto Vieira, técnico do time principal Tricolor, pediu a Valdô que indicasse um jogador da equipe de aspirantes para treinar entre os profissionais. O escolhido foi Zequinha, que entrou no segundo tempo, no time reserva, e arrebentou, chamando a atenção da torcida. Os suplentes perdiam por 2x1, mas o jovem promissor empatou, num lance que viria a ser sua principal marca, o chute de fora da área. "Quando me chamaram para treinar fiquei meio receoso, mas depois entrei e fiz o gol em Miro. Acabei me soltando. No final, só ouvia os comentários dos torcedores, que foram para ver Barbosa e acabaram tendo uma grata surpresa com a minha atuação", disse Zequinha, certa vez, ao Jornal do Commercio. Antes mesmo de assinar o primeiro contrato, o volante, considerado a frente de seu tempo, já havia defendido a Seleção Pernambucana de aspirantes algumas vezes. A condição de ídolo não demoraria a chegar.

Foto: Diario da Noite


Se existe um título que lavou a alma e explodiu de alegria os tricolores, esse foi o Super de 57. A torcida, na espera por um título há quase dez anos, virou manchete nos jornais da época pela bravura e fidelidade ao time. A cerveja, de tanta festa, acabou. A equipe, que explodiu a "poeira" de felicidade, era altamente técnica e possuía na linha média o seu ponto forte. Aldemar, Zequinha e Edinho vinham atuando juntos desde o campeonato de 56, sob a tutela do técnico Palmeira. No ano seguinte, Alfredo Gonzalez, de destacada importância na conquista, assumiu o comando, trazendo, na esteira de sua chegada, craques como Lanzoninho, do São Paulo, Rudimar, que viria a se tornar o artilhero do estadual -24 gols -, Marinho, antigo ídolo, Aníbal, goleiro negociado junto ao Palmeiras após o campeonato, entre outros. Não só o Santa, mas também os outros grandes investiram pesado, levando o cronista Fausto Neto, do Diario de Pernambuco, a dizer que "a corrida louca e desenfreada dos clubes desnorteou financeira e tecnicamente o futebol local.". A novidade era a fórmula de disputa: no lugar de dois turnos, três turnos estariam em jogo agora. O Santa levou o primeiro, o Náutico, o segundo, e o Sport, o terceiro.


Um detalhe interessante é que, mesmo antes da decisão do Supercampeonato, Zequinha já havia sido sondado pela CBD - antiga CBF. Comentava-se sobre uma possível convocação do volante para os treinos da seleção nacional, visando a Copa-58, na Suécia. Embora se sentisse honrado, Zequinha envaidecia o torcedor coral, ao anunciar, no Diario de Pernambuco: "francamente, só quero pensar nisso depois de terminar o atual campeonato pernambucano. Primeiro, preciso me preocupar com o título. Por ele, darei o máximo de minhas forças. Serei mesmo capaz de me sacrificar em campo. Só quando estiver ostentando a faixa de campeão é que voltarei minhas atividades para outro setor."


Além dos fortes adversários, o Santa Cruz teve de driblar um surto de gripe "asiática". Zequinha, mais outros atletas, foram atingidos pela doença, o que ocasionou na queda de rendimento do time. É nesse momento que a equipe médica, dirigida por Braulio Pimentel, "entra em campo". Dispondo de uma aparelhagem moderna, Braulio inicia um processo de recuperação arrojado, deixando os jogadores afiados para a reta final do estadual.

Foto: Diario da Noite
Inesquecível linha-média do Santa Cruz: Zequinha, Aldemar e Edinho.



Então, o aguardado triangular começa. O Tricolor não participou do primeiro jogo, mas, pode-se dizer, que "conquistou" um bom resultado, afinal, Náutico e Sport ficaram no 1x1. Cinco dias mais tarde, o Santa estrearia no supercampeonato com convincentes 3x1 nos alvirrubros, sendo três gols de Lanzoninho, eleito pela crônica o craque do ano, que, ainda nesse jogo, teve de ir para o gol, após a expulsão de Aníbal. Foi-se, portanto, num domingo, 16 de março de 58, a final de um dos campeonatos de melhor nível técnico até então. As torcidas de Sport e Santa quebraram todos os recordes de bilheteria - por sinal, a do Mais Querido foi a campeã, proporcionando arrecadação superior a cinco milhões de cruzeiros ao longo do certame. A linha média - Aldemar, Zequinha e Edinho - teve fundamental importância na partida. Zequinha foi o responsável por anular Carlos Alberto, homem de ligação do Sport, sem deixar de alimentar o ataque. A "vitória" na disputa pelo meio-campo resultou num Santa Cruz avassalador, impondo 2x0 na primeira etapa - gols de Rudimar e Aldemar. Logo no início do segundo tempo, Zequinha sofre falta, que ele mesmo cobra na medida para Mituca estabelecer 3x0. Depois disso, quando se esperava o início do carnaval tricolor, o Sport marcou duas vezes, mantedo a massa coral apreensiva. Com o apito final, e a vitória do Santinha, por 3x2, o Diario de Pernambuco publicou que era "impossível descrever a vibração que se apossou dos torcedores do tricolor do Arruda, após a vitória memorável na peleja final do supercampeonato".


Na campanha, Zequinha não fez gol nas suas 19 partidas, do total de 21 do Santa no campeonato, o que não impediu o assédio de clubes do sudeste. O Fluminense tentou, mas não chegou a um acordo financeiro. Veio o Palmeiras, através do técnico Oswaldo Brandão. "Você já está pronto para viajar", teria perguntado Brandão a Zequinha, depois de um treino no Arruda. Iniciava-se a formação da primeira "Academia", do Palmeiras, que incluía nomes como o de Djalma Santos, Julinho Botelho, Chinezinho e, mais tarde, Ademir da Guia. Zequinha permaneceu durante dez anos no Palmeiras, tornado-se o 15° jogador em número de atuações pelo clube. Lá, ele e o alvi-verde palestrino fizeram frente ao Santos de Pelé, e o volante, cria de Valdomiro Silva e do Santa Cruz, foi premiado com a convocação para a Copa-62, no Chile. Além de ídolo do torcedor Cobra Coral, Zequinha, o garoto das "peladas" de Santo Amaro, tornou-se orgulho do futebol pernambucano.
PS.: Clique aqui para saber mais sobre Aldemar, companheiro de Zequinha, e sobre o título de 57.




Foto: site Milton Neves


"As qualidades técnicas do Zequinha, que é o titular, são superiores às minhas."

Ademir da Guia, o Divino, símbolo da "Academia" Palmeirense, quando iniciava a carreira e "esquentava" o banco.






Agradecimentos especiais ao jornalista José Neves Cabral, do blog Arquibancada ( http://www.arquibancada.blog.br/ ), e ao pesquisador Carlos Celso Cordeiro.



Fontes: Jornal do Commercio, Diario de Pernambuco, Diario da Noite, 85 Anos de Bola Rolando (Givanildo Alves) e as seguintes páginas na internet:

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

O Artilheiro do Brasil - parte 1

Foto: Placar/Rodolpho Machado
RAMON
Ramon da Silva Ramos

12/03/1950, Sirinhaém (PE)

Posição: Centroavante

Clubes: Santa Cruz (1967-75 e 1983), Internacional (1976), Sport (1976), Vasco (1977-79), Goiás (1979-81), Ceará (1981-82), São José-SP (1983), Ferroviário-CE (1984) e Brasília (1985).

Títulos: Pentacampeão Pernambucano (1969-1970-71-72-73), Campeão Carioca (1977), Campeão Cearense (1981).

Marcas: Artilheiro do Campeonato Brasileiro de 73, com 21 gols, maior marca até então. Pelo Tricolor foram 377 jogos e 148 gols.

Características: Versátil - adequava-se a diferentes posições na frente -, habilidoso, oportunista, móbil e tinha boa arrancada.


Estréia pelo Santa: (fonte: pesquisador Carlos Celso Cordeiro)
Entrando no decorrer da partida:
03/12/1967
Amistoso - AGA 0x1 Santa Cruz (juvenil)
Entrando de frente:
18/05/1969
Amistoso - Central 3x1 Santa Cruz


Foto: Placar/Armando Filho

Curiosidades:
#Após se tornar o artilheiro do campeonato nacional, o Jóquei Clube de Pernambuco, através de seu presidente Sadoc Souto Maior, decidiu homenagear o centroavante Ramon. Foi-se, então, realizado o Grande Prêmio Ramón.

# Um livro contando a história de Ramon está sendo elaborado pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas em Sociologia do Futebol, da UFPE, e a Fundação Joaquim Nabuco. O lançamento da obra é aguardado para este ano.

# Em homenagem ao pentacampeonato, conquistado por Ramon e seus companheiros, os irmãos Valença, autores do hino oficial do Santa Cruz, compuseram o frevo "O papa-taças" ("Quem é que quando joga a poeira se levanta? É o Santa! É o Santa!").


Hoje:
Em 2005, na vitoriosa temporada do Santa Cruz, auxiliou o técnico Givanildo Oliveira. Além disso, já trabalhou com as categorias de base clube. Mora em Casa Amarela, no Recife.

O Artilheiro do Brasil - parte 2

Foto: Diario de Pernambuco
Penta (1973) - Gena, Gilberto, Paulo Ricardo, Erb, Antonino e Botinha; Valmir, Fernando Santana, Ramon, Luciano e Givanildo.

Natural de Sirinhaém, a 76 Km do Recife, e de origem humilde, Ramon da Silva Ramos decidiu deixar a família e equipe em que atuava - Usina Trapiche - para tentar a sorte na capital. Em 67 ele chega aos juvenis do Santa com a esperança de uma vida melhor. Dois anos depois, Ramon, então com 19, é relacionado para os últimos jogos do campeonato pernambucano, garantindo-se, assim, no grupo campeão de 69.


A trajetória de Ramon no Mais Querido começa pra valer em 1970, ano do bicampeonato. A base do time de 69, com Fernando Santana comandando o ataque, fora mantida, e Ramon foi ganhando espaço aos poucos, ora entrando no lugar de Santana, ora no de Uriel. Marcou seis gols no campeonato, sendo um deles na decisão, no Arruda, na vitória por 2x0 sobre o Náutico - Cuíca fez o outro. Ainda em 70, o Santa representou Pernambuco no "Robertão", competição que antecedeu o Brasileirão, mas fez uma campanha discreta, terminando na 12ª colocação, entre as 17 equipes.


No tricampeonato, em 71, Ramon já era considerado um dos ídolos do time. Dirigido por Duque, o Santa venceu os três turnos. Na "extra" do terceiro turno, na Ilha do Retiro, o Tricolor venceu seu arqui-inimigo por 1x0 com um gol de Cuíca aos 14 minutos do 2° tempo da prorrogação. A caminhada para o Penta seguia a passos largos e o ano de 72 é lembrado pela dupla alegria ao clube do Arruda. Primeiro, a conquista do Tetra, mais uma vez ganho com facilidade, com rodadas de antecipação num jogo contra o Central. O artilheiro do campeonato e do Santa Cruz foi Fernando Santana, com 15 gols, seguido por Ramon, com 13. Um mês depois da maior conquista do clube até então, era inaugurado o Colosso do Arruda, numa festa sem precedentes em um amistoso com o Flamengo.

Foto: Placar/Lemyr Martins




Mas o grande ano do Santa Cruz e de Ramon viria a ser o de 1973. Os meninos de Gradim, formados por pratas-da-casa como Fernando Santana, Givanildo, Ramon, Zé Maria, Luciano e muitos outros, foram mantidos. O time montado por Gradim, estava, agora, sob tutela de Paulo Emílio e também já passara pelas mãos de Evaristo Macedo e Duque. Ramon foi decisivo na conquista do Penta, marcando os dois gols do título na partida extra contra o Sport, na Ilha. 36.459 pessoas compareceram ao estádio, público recorde da época, para ver o centroavante alegrar a massa coral aos 7 minutos do 1° tempo e 36 do 2°. "Pode me botar pra fora do emprego. Não me importo. O Santa é Penta e é isso que vale", dizia um torcedor vagando pelo Arruda, às 10h da manhã do dia seguinte. Ramon marcou 21 gols no estadual, atrás apenas na artilharia para, o não menos importante no título, Luciano, que fez 25 gols. Ao todo, de 70 a 73, Ramon participou de 84 jogos em pernambucanos e deixou sua marca 46 vezes. Porém, o reconhecimento nacional viria acontecer durante o Brasileirão, disputado no segundo semestre. Ele se tornou o primeiro jogador de um clube nordestino a terminar o Campeonato Brasileiro como artilheiro. "Palmeiras é o bicampeão brasileiro e Ramon é o artilheiro", anunciavam as rádios recifenses. Dessa forma, veio a confirmação da artilharia, pois seus principais concorrrentes - Leivinha, do Palmeiras, e Mirandinha, do São Paulo - disputaram a fase final do campeonato. Foguetórios em alguns subúrbios ecoaram pela capital pernambucana. Foram 21 gols - marca inédita -, do total de 39 que o Santa fez no nacional. A campanha do clube em si não chegou a chamar à atenção - 16° entre os 40 clubes -, pois a defesa falhava demais, mas Ramon, considerado uma das maiores revelações, ficou cotado para a disputa da Copa-74, na Alemanha. A expectativa aumentou quando ele foi relacionado entre os 40 convocados por Zagallo, fazendo parte de uma espécie "lista de espera". Infelizmente, no início de 74, numa partida diante do Santo Amaro, o centroavante Tricolor forçou o músculo e sentiu-se mal, sendo substituído e amargando um longo tempo afastado.


Capa do Diario de Pernambuco de 16/08/73


Ao fim de 73, além da faixa de pentacampeão no peito e da artilharia do Brasileirão garantida, Ramon ainda terminou na segunda colocação na bola de prata, com média de 7.3, atrás apenas de Mirandinha, do São Paulo, que teve média de 7.4. Pouco tempo depois começava o Brasileirão-74, antes do estadual, e com o pensamento na conquista do hexa, o Santa fez péssima campanha no Nacional - 35° entre os 40 clubes. No Pernambucano, a disputa seguia acirrada, mas um vacilo na reta final do segundo turno contra o Ferroviário, permitiu que o Náutico fosse para a final com o Santa. Nela, os alvirrubros, ávidos para impedir o hexa coral, levaram a melhor.


O ano de 75 marcou o fim da passagem do atacante pelo Mais Querido. E foi um fechamento com a chamada "chave-de-ouro". Afinal, o Santa fez sua melhor campanha em Brasileirões, terminando na quarta colocação. Ramon balançou as redes 8 vezes, mas dois desses gols foram especiais. Maracanã lotado, Flamengo x Santa Cruz, um deles iria para a semifinal. A imprensa "nacional" simplesmente desconsiderava a chance de vitória do Santa e a conseqüente classificação entre os quatro melhores do Brasil. Eis que, Ramon apronta duas vezes, Wolney uma, Zico desconta, e o Santa estabele o placar de 3x1, calando o Maracanã e o Brasil.

Foto: Jornal do Commercio


Após mais uma destacada temporada, não foi possível segurar o terceiro maior artilheiro do clube com 148 gols. Ramon foi vendido, numa negociação milionária, ao Internacional, onde não se encaixou bem. Voltou a Pernambuco, para o Sport, não teve grande destaque, e foi negociado com o Vasco. Ao lado de Roberto Dinamite fez sucesso e, após deixar o clube carioca, rodou um pouco - inclusive pelo Santa, em 83 -, vindo encerrar a carreira em 85, no Brasília.



"Ramon, o artilheiro da jornada vitoriosa, esteve na sua grande noite. Nos 'piques' estava imbatível."

Legenda de umas das fotos do Diario de Pernambuco, na edição subseguinte à conquista do Penta, no 17 de agosto de 73.




Fontes: Entrevista com Ramon, pesquisador Carlos Celso Cordeiro, Revista Placar, 85 anos de bola rolando (Givanildo Alves), Jornal do Commercio, Diario de Pernambuco e a seguinte página na internet: http://desenvolvimento.miltonneves.com.br/QFL/Conteudo.aspx?ID=61147