O primeiro título vestindo o manto coral veio em 83, o tri-super. Mas, nesse campeonato, Luís Neto era o dono da camisa 1. Inclusive consagrando-se como herói do título com a defesa de um pênalti na dramática decisão contra o Náutico. Birigüi se consolidou no time titular, se é que é possível dizer isso, a partir de 85. Os milagres viriam a acontecer no bicampeonato (86/87).
No ano seguinte, novamente o Sport, jogando em casa, não conseguiu bater o Santa de Birigüi. O rubro-negro possuía um time melhor no papel com Éder, Robertinho, Ribamar e Leão (técnico e goleiro), embora o Santa tivesse faturado dois turnos e chegava com a vantagem do empate. O tricolor era comandado pelo jovem Abel Braga, 34 anos na época, que viria a conquistar seu primeiro título como treinador naquele ano. De novo o goleiro do Santinha foi peça-chave para conseguir o empate (1x1) e consequentemente o bicampeonato. A imprensa o destacou também por ser um dos mais alegres pela conquista, dedicando o título à torcida. Àquela altura, a Seleção Brasileira era uma pretensão – que acabou não se concretizando.
Após o campeonato pernambucano de 88, Birigüi foi jogar em Portugal, não sem antes de ter sido eleito algumas vezes goleiro do Fantástico ao longo dos Brasileirões que disputou pelo Santa Cruz. Quem o viu atuar não hesita em chamá-lo por São Birigüi. É um desses casos raros de fidelidade a um clube e identificação com a torcida, comparável talvez ao que é hoje Rogério Ceni no São Paulo.
"O Sport procurou forçar sempre pelos flancos e esteve presente à área tricolor, mas teve no goleiro Birigüi o grande obstáculo que impediu que chegasse à tão almejada vitória. Com defesas sensacionais, que naturalmente vão colocá-lo na galeria dos grandes jogadores que fazem a história do clube, Birigüi garantiu o resultado de 0x0 que deu o título de campeão ao Santa Cruz."
Trecho do texto de Claudimir Gomes, em 86, no Diario de Pernambuco.
Agradecimentos especiais pela colaboração de Edvaldo Leite, tricolor de Paulista-PE.
Fontes: História do Brasileirão (de 1971 a 2001) da Placar; Revista Placar, Diário de Pernambuco, Tablóide Esportivo, Campeonato Pernambucano – 1971 a 2000 (Carlos Celso Cordeiro e Luciano Guedes Cordeiro), Coralnet, site Arquivos de Jogos e Fichas técnicas do Guarani (http://paginas.terra.com.br/esporte/guarani/) e site Futebol MatoGrossense(http://www.futebolmatogrossense.com.br/home/)